✨ Edição Especial 25 Anos - O estágio que a vida me negou (e ainda bem)

15 de junho de 2025

O estágio que a vida me negou (e ainda bem)

🌸 Elas riram de mim

E foi assim que tudo começou.


Eu tinha acabado de me tornar mãe. Jovem, corajosa e cheia de sonhos talvez até demais para o padrão da época.

Enquanto cursava Design de Interiores, com o Pedro ainda bebê e noites mal dormidas na bagagem, decidi entrar no programa de estágios. Meu primeiro destino foi uma loja tradicional de tecidos e papéis de parede, bastante respeitada na minha cidade.


Entrei na entrevista com o coração na mão e os olhos brilhando.

A dona da loja uma arquiteta decoradora influente e conhecida na época me ouviu em silêncio. E, num gesto que nunca esqueci, chamou as suas vendedoras.

Riram.

Riram da minha história, da minha juventude, da minha ousadia.


Disseram que aquele não era um mercado para “quem tinha escolhido ser mãe tão cedo”, que eu deveria “cuidar da casa” e esquecer qualquer ambição profissional.


Saí de lá com o peito apertado e uma humilhação difícil de descrever.

Naquele dia, decidi que nunca mais faria estágio.

Mas também decidi que ninguém mais definiria o meu valor.


Essa experiência, que poderia ter me calado, foi então a minha força.

Foi ali que nasceu a minha decisão inabalável de ser excelente.


Três anos depois, já com meu próprio escritório, começamos a nos encontrar nas lojas, nos eventos e nas premiações.

Talvez ela não se lembre de mim.

Hoje, somos colegas. Viajamos juntas em alguns desses eventos e confesso que acabei conhecendo um outro lado dela: mais humano, menos arrogante.

Curiosamente, sigo presente nessas ocasiões. Ela, nem tanto.


Mas não carrego rancor.

Carrego gratidão.


Porque foi ela quem, sem saber, acendeu em mim a faísca que virou chama:

a vontade de vencer com elegância, sem pisar em ninguém.


E talvez por isso, hoje, quando cruzo com alguém jovem, cheio de vontade mesmo sem saber muito por onde começar, eu estendo a mão.

Não importa a origem, a roupa, o currículo.

Se vejo brilho nos olhos, faço questão de oferecer o que eu não tive:


acolhimento e incentivo.


Um gesto de desprezo pode matar um sonho.

Mas um gesto de confiança pode acender uma vida inteira.


“Se você não tiver quem acredite em você, acredite mesmo assim até o mundo não ter outra escolha a não ser reconhecer.”


✨ Chronicles of Luxury – 25th Anniversary Special Edition


The Internship Life Denied Me (And Thank Goodness for That)


They Laughed at Me

And that’s how it all began.


I had just become a mother young, brave, and full of dreams, perhaps too many for what was expected at the time.

While studying Interior Design, with baby Pedro in my arms and sleepless nights behind me, I decided to apply for an internship program.

My first destination was a traditional fabric and wallpaper store, highly respected in my hometown.


I walked into the interview with trembling hands and shining eyes.

The store owner a renowned and influential interior architect listened to me in silence. And in a gesture I’ll never forget, she called over her sales team.


They laughed.

They laughed at my story, my youth, my boldness.

They said this wasn’t a field for “someone who chose to be a mother so early,” that I should “stay home and give up any professional ambition.”


I left with a heavy heart and a humiliation that’s hard to describe.

That day, I decided I would never do an internship again.

But I also decided that no one would ever define my worth again.


That experience, which could have silenced me, became my strength.

It was there that my unwavering decision to be excellent was born.


Three years later, with my own studio already established, we began crossing paths at stores, at industry events, and awards.

She may not even remember me.

Today, we’re colleagues. We’ve even traveled together to some of these events, and I must admit, I’ve come to know a different side of her: more human, less arrogant.

Curiously, I still show up to those events. She, not so much.


But I hold no resentment.

I hold gratitude.


Because she, unknowingly, lit the spark that became a flame in me 

the will to succeed with elegance, without stepping over anyone.


And maybe that’s why today, when I come across someone young, full of desire but unsure where to start,

I reach out.

I don’t care about background, outfit, or résumé.

If I see a spark in the eyes, I make a point to offer what I never had:

support and encouragement.


A single act of disdain can kill a dream.

But one act of trust can ignite an entire life.


“If no one believes in you, believe anyway — until the world has no choice but to recognize you.”

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